quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Bahia está entre os cinco principais estados do país em número de editoras de música

A Bahia vem se configurando como um local potencialmente relevante nas editoras musicais, sendo um dos principais Estados no ranking nacional de direitos autorais.

“A Bahia, a partir do Axé Music, vem se configurando como um estado com grande número de editoras musicais no país e sexto em arrecadação pública, inscrevendo alguns de seus autores na liderança de rankings nacionais e regionais no quesito recebimento de direitos autorais na categoria execução pública” afirma o pesquisador Armando Alexandre de Castro que irá apresentar pesquisa sobre Organização da Produção Musical Soteropolitana e o caso do Axé Music no Seminário Economia da Música a ser realizado no dia 26 e 27 de fevereiro no auditório do SEBRAE.

Para ele, isso é fruto do crescimento de artistas que administram seus próprios empreendimentos, que se organizaram e que resolveram investir e aperfeiçoar a gestão de suas empresas voltadas para a economia da cultura.

Na opinião do pesquisador, são exemplos da administração do direito autoral nomes como Daniela Mercury, Asa de Águia, Cláudia Leite, Jamil, Banda Eva, Ivete Sangalo entre outros que dominam a produção de seus CDs e DVDs, edição de músicas e gravação de outros artistas. “É o caso do selo e editora musical Caco Discos, que integra a empresa Caco de Telha de Ivete Sangalo que além de gravar e promover seus CDs, DVDs e shows, é responsável pela edição de artistas como Psirico, Banda Eva, Netinho, Ademário Coelho, Orkestra Rumpillez, Luiz Caldas”, explica o pesquisador.

Mas não é só no Axé Music que essa representação se faz presente. Exemplo disso estão as editoras Leque, Maianga, ED Cem, Páginas do Mar e Plataforma de Lançamento que cuidam de Forró, MPB, Pagode, Rock e Reggae entre outros ritmos. “A Plataforma, por exemplo, é responsável pela edição de 200 artistas, como Fábio Cascadura, Manuela Rodrigues, Marcela Bellas, Bule Bule, banda Radiola”, explica de Castro.

“Em Salvador, a administração do direito autoral integra uma ampla cadeia produtiva do mercado musical. Com a expansão das atividades das cenas musicais nas últimas décadas, surgiram centenas de autores, dezenas de produtoras e editoras musicais, entre outros serviços especializados”, completa o pesquisador.


Axé Music e seu mito - A compreensão de que a produção musical baiana atual é restrita ao Axé Music é considerada um mito através da pesquisa de Castro. Seu estudo mostra que o estado é composto por inúmeros artistas esteticamente vinculados ao mundo do rock, reggae, forró, samba, samba junino (semelhanças rítmicas ao samba duro de bairros como o Engenho Velho de Brotas), pagode, partido alto, MPB, salsa/merengue, jazz, erudito e pop. Para ele, a Bahia dialoga sua textualidade e inscrição no competitivo campo das marcas, a partir da relação tradição e modernidade.

No dia 26 e 27 de fevereiro, agentes da dinâmica produtiva da música do Brasil participam no auditório do SEBRAE do Seminário Economia da Música. No evento serão apresentadas algumas das principais pesquisas e estudos de casos de vários estados do país com foco em informações sobre o panorama atual da economia da música, novos e antigos modelos de negócios e metodologias de pesquisa. Em pauta, música independente, organização da produção musical soteropolitana, Axé Music, tecnobrega, samba e chorinho são foco das pesquisas realizadas por estudiosos em todo país.

O Seminário é uma realização da Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA) e SEBRAE-BA, em parceira com a Secretaria Estadual de Planejamento e Ministério da Cultura (MinC).

Serviço
Seminário Economia da Música
Onde: Auditório Orlando Moscozo (SEBRAE) - Rua Horácio César, 64, 8º andar - Dois de Julho (próximo ao Largo dos Aflitos) Salvador – Bahia.
Horário: 8h - Gratuito
Inscrições através do e-mail: economiadamusica2010@gmail.com
Mais informações: (71) 3116-4048.
Veja a programação completa: www.cultura.ba.gov.br




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